Design & UX

Minimize a carga cognitiva para maximizar a usabilidade

Quando uma pessoa está trabalhando em alguma tarefa, as informações mais relevantes ficam guardadas na memória. A quantidade de informações que precisam ser processadas é chamada de carga cognitiva.

Repare em seu computador: já notou que quanto mais aplicativos ou abas no seu navegador web estiverem abertos, mais lento ele fica?

Com nosso cérebro funciona da mesma maneira. Quanto mais distrações, informações a serem guardadas ou ainda coisinhas bonitinhas piscando na tela, mais difícil fica se concentrar no que precisa ser feito.

No livro Não me faça pensar, Steve Krug aponta, dentre várias outras dicas para melhorar a usabilidade do sistema:

  1. Não me faça pensar: Evite labirintos que ninguém quer ver. O usuário não gosta de se sentir confuso com o caminho que precisa percorrer até conseguir a informação desejada. Simplificando, entregue a informação com o mínimo de passos possível e o mínimo de distrações pelo caminho.
  2. Sem tempo para conversa fiada: Textos complicados, linguagem complexa, repetição de informações de qualquer tipo (textos, imagens, etc); tudo isso fará com que a atenção se disperse.
Então pra que dificultar as coisas? Entregue logo a informação para o usuário! Elimine as distrações, reduza a quantidade de etapas até chegar ao que se busca.
Quanto menos o usuário precisar pensar, maior a probabilidade de ele alcançar o objetivo.

Em suma, a carga cognitiva total, ou quantidade de poder de processamento mental necessária para utilizar seu site ou app, afeta diretamente a facilidade com que os usuários encontrarão o conteúdo e completarão uma tarefa.

Minimizando a carga cognitiva

  1. Evite desordem visual: links e botões redundantes, imagens irrelevantes, tipografia enfeitada demais (ou ainda muitas fontes diferentes) tendem a atrapalhar mais do que enfeitar. Neste caso, menos é mais;
  2. Baseie-se em modelos mentais existentes: as pessoas estão acostumadas com o que é bom e funciona bem. E elas esperam que tudo funcione dessa maneira. Por exemplo, quando você desliza o dedo sobre uma linha do aplicativo de email em seu smartphone, o esperado é que o botão de “apagar” aquele email apareça;
  3. Liberte o usuário das tarefas: procure no seu design por tudo que obrigue o usuário a ler um texto, lembrar alguma informação, ou tomar uma decisão. E então procure por alternativas: é possível trocar por uma imagem, mostrar novamente a informação anterior, configurar previamente uma reposta padrão inteligente? Claro que não conseguiremos eliminar todas as tarefas do usuário, mas cada tarefa que você elimina deixa seu usuário mais livre para decisões realmente importantes.