Como entregamos um produto valioso utilizando as metodologias do Design Thinking – Capítulo 1
Nesta série dividida em três capítulos, nós, designers da Jera, relataremos nossa experiência com o projeto New App. Pelo qual utilizamos técnicas do Design Thinking e trabalhamos em conjunto com os desenvolvedores durante todo o processo de design.
Neste primeiro capítulo contaremos como surgiu a oportunidade de trabalhar neste projeto e como foi o desenrolar da nossa primeira sprint.
Como tudo começou
Durante os cinco anos de Jera, o processo de desenvolvimento tem evoluído constantemente. Com esta crescente sentiu-se a necessidade do processo de design também acompanhar esta evolução, para entregar ao cliente uma solução de grande valor e não entregar mais só pastel de carne ou de queijo.
De olho neste aprimoramento, em setembro de 2015, nosso diretor de tecnologia (CTO) e designer, Ney Ricardo, ministrou um workshop de Design Thinking e Lean UX para todos os designers da Jera, no qual ele nos passou técnicas para centrarmos a construção de um produto no usuário.
O workshop foi ótimo, aprendemos muito, porém até o final de 2015, não tivemos oportunidade de aplicar o que nos foi ensinado. Até que apareceu a chance…
Nosso diretor de operações (COO), Jefferson Moreira (mais conhecido como Jeff), queria resolver alguns “abacaxis” que incomodavam bastante na Jera. Então, ele aproveitou que nossa equipe estava sem projeto e nos passou a grande missão: resolver estes problemas utilizando a metodologia do design thinking e, ainda, trabalhar em conjunto com os desenvolvedores durante todo o processo de design.
Iniciou-se então o projeto New App 1.0. A equipe responsável por ele foi formada por nós, designers Carol Cabral, Kevin Tosli e Vinicius Rocha e pelos desenvolvedores Vitor Mesquita e Victor Robertson. Nossos clientes foram o Jeff e o Ney e teríamos três sprints (semanas) para realizar o projeto.
Início do projeto – levantamento de problemas
Começamos nossa jornada levantando os problemas da Jera. Em um processo de imersão, com todos da equipe do projeto, time de QA (garantia de qualidade) e o Jeff, listamos todos os problemas que incomodavam a equipe Jera, desde os pequenos até os grandes, sem julgamentos.
Após o levantamento, utilizamos um diagrama (imagem 1) para classificar os problemas em: essenciais, desejáveis e dispensáveis. Depois usamos a Matriz de Retorno (imagem 2) para avaliar o nível de retorno que a solução deles iria nos trazer.
- Visão mal documentada;
- Funcionalidades feitas para uma plataforma e não na outra;
- Projetos sem Kickoff e Visão;
- Cliente não sabe onde estão os entregáveis (documentos e protótipos);
- Nome da ferramenta Active Collab;
- Cliente não participa durante o processo de desenvolvimento;
- Descrição e checklist de pequenos processos;
- Equipe Jera esquecendo algumas etapas do processo de atendimento ao cliente ou desenvolvimento;
- Facilitação com novos recursos na ferramenta;
- Falta de foco da equipe na Sprint 0 e Sprint Final.
Para os artigos não ficarem muito extensos, contaremos nossa empreitada para solucionar os três problemas que trouxeram uma ótima experiência para nós: nome da ferramenta (tratado neste primeiro capítulo), falta de engajamento do cliente e falta de foco da equipe na Sprint 0 e Sprint Final (estes dois últimos falaremos no segundo e terceiro capítulo desta série).
Escolha do nome da ferramenta
Desde que começamos a utilizar a nova versão do Active Collab – ferramenta que utilizamos para gerenciar os projetos dos clientes e produção – tínhamos um problema com o nome dela. O nome anterior era “Projeto”, ele causava confusão, pois quando mencionava-se o nome, não sabia-se se a pessoa estava se referindo ao projeto do cliente ou à própria ferramenta. Outra problemática era que quase todos a chamavam por “Active Collab”.
A escolha de um nome era algo que parecia ser simples e rápido no início, mas nos ocupou três dias de trabalho e algumas “dores de cabeça”.
Reunimos nossa equipe e sentamos junto ao Jeff, e fizemos um brainstorming para levantar opções de nomes. Após surgirem umas 20 ideias, selecionamos quatro alternativas: Asgard, Pipe, Oráculo e Colab. Decidimos então, lançar uma pesquisa de opinião a todos da Jera, na qual perguntamos se gostavam ou não dos nomes selecionados e o motivo.
Infelizmente tivemos uma péssima resposta, muitos reclamaram que não puderam opinar, outros simplesmente não gostaram, mas no geral obtivemos feedbacks valiosos. O importante é que entendemos que não iríamos agradar a todos, então levantamos pontos importantes para a escolha do nome:
- Novo: não pode ser um nome que já foi utilizado pela Jera, como: “Hunter”, “Projeto” ou “Atendimento”;
- Simples de pronunciar, escrever e lembrar;
- Objetivo e que reflita funcionalidades da ferramenta;
- Aderência por parte da equipe, não confundindo com outros termos já utilizados;
- Ideia de colaboração: principal valor que a Jera quer ao implementar o uso da ferramenta;
Após o levantamento dos pontos, reunimo-nos mais uma vez para propor outras sugestões. Levamos todas as propostas para uma nova pesquisa, desta vez, a fizemos com alguns colegas e pessoalmente. Mostramos os nomes e perguntamos o que sentiam e entendiam por cada um. Pudemos avaliar as reações e sensações deles ao dizer cada nome.
Consideramos os argumentos e expressões de cada um fundamentais para tomarmos nossa decisão. E todos tiveram uma boa reação ao ouvir o nome Painel.
Após muitas discussões, batemos o martelo. Decidimos pelo nome Painel que preenchia os requisitos que elencamos e que teve maior aceitação pelos entrevistados.
Apresentação do nome
Com o nome escolhido, era a hora de anunciar. Um momento de grande apreensão, porque o pessoal da Jera é bem crítico e se não gostassem do nome, com certeza não o utilizariam, tornando nosso duro trabalho um fracasso.
No entanto, para nossa alegria, a aceitação da equipe foi boa, e em pouco tempo já estavam utilizando o novo nome ao invés de “Active Collab”, cumprindo nosso objetivo.